O artigo de hoje é sobre um projecto num edifico público, uma antiga escola do século XIX em Paredes, onde a vontade de preservar a identidade do local e as características do edifício em causa foram a prioridade da equipa SpaceWorkers. O nome que tão bem conhecemos é mais uma vez o autor de mais um projecto fantástico. Desta vez trata-se de uma requalificação de um edifício antigo e a proposta assenta na ideia de uma casa dentro do próprio edifício.
Um volume “maciço” pousado no interior do espaço existente, reagindo e contrastando de forma forte à geometria do edifício original. A este volume é subtraída a área central resultando desta forma uma espécie de praça que separa as diferentes funções do espaço. De um lado, um volume monolítico com uma porta central é “auditório”, do outro, um volume recortado é recepção e loja.
créditos fotográficos: FG + SG
Como já referi, conservar a identidade da localização e as características do edifício em causa era para os profissionais o slogan para a intervenção.
Apenas foi mantido o edifício, apostando numa boa pintura, na substituição do telhado e de novas caleiras num cinzento bem escuro.
No interior esta é a visão geral do espaço. Destaca-se pela tal casa dentro da casa
. Um volume preto assente num completamente branco. Foi inserido uma casa em forma de centro cultural dentro de do edifício que outrora foi uma escola, no Norte de Portugal.
O volume assenta no centro e deixa espaço livre de circulação a toda à volta, deixando-o respirar. As funções deste espaço baseiam-se como um centro de informações para a Rota do Românico, onde são fornecidas uma série de caminhos turísticas dedicados à visualização da arquitectura românica e de monumentos presentes na cidade. O espaço também tem a capacidade de abrigar exposições e actividades educativas.
Para respeitar a arquitectura do edifício existente, em que anteriormente exactamente neste espaço era o ginásio de uma escola, os SpaceWorkers surpreenderam com a colocação de dois volumes monolíticos no centro do espaço. Ambos têm perfil de duas águas e os mesmos correspondem exactamente aos ângulos do telhado.
Nós queríamos preservar a identidade do lugar com a nossa intervenção
—arquitecto Rui Dinis, uma das cabeças da empresa.
O auditório é o maior dos dois volumes criados. Nesta imagem vemos as portas do mesmo abertas onde é possível ver todo o seu interior. Imenso pequenos bancos alinhados, todos na mesma cor—preto, fazem as delicias deste espaço irreverente.
O auditório tem grandes portas e estas abrem-se em toda a sua dimensão para o espaço.
Em relação às cores, o branco cria a atmosfera e o preto marca a zona de actividades dentro do espaço.
Para além de um arco em cimento que se curva em sobre o espaço, o resto do interior é pintado de branco, criando um contraste visível entre velho e novo.
O segundo volume é composto por uma loja e um serviço de recepção e de informações. Atrás existe uma despensa e pequena casa de banho. O piso entre as estruturas também é pintado de preto para criando uma maior sensação de entidade contínua.
Quando o espaço do auditório tem de ser usado as portas fecham-se e deixam todo o espaço mais privado e pessoal/privado.