O que é o rebaixamento de tecto e como fazer!

Um rebaixamento do tecto é feito construindo uma estrutura colocada sobre o tecto normal de um compartimento, ou seja da placa. Isto pode ser feito numa só divisão ou em toda uma habitação, e chama-se tecto falso. O tecto falso que faz o rebaixamento pode ser construído em vário matérias, que abordaremos mais à frente, mas normalmente é constituído por suportes metálicos onde é fixado o material a formar o novo tecto.

O rebaixamento pode ser feito uniformemente, sempre com a mesma altura, ou com alturas diferentes para formar degraus e formas geométricas em destaque.

O rebaixamento com tecto falso tem diversos objectivos. 

Entre as utilizações mais usadas conta-se a função de esconder elementos. Os tectos falsos de rebaixamento são estratégia perfeita para esconder canalizações, cabos, vigas ou outros elementos menos estéticos. 

Outra boa razão para rebaixar o tecto é criar iluminação embutida, como vemos esta imagem de um projecto da ENGIMULTI para a remodelação de uma loja em Lisboa. Este tipo de iluminação dispersa, completada com focos direccionados é uma tendência muito forte do design de interiores actual, podendo criar ambientes mais chamativos e acolhedores do que com o tradicional sistema de iluminação central dos compartimentos.

A criação do tecto falso cria uma imediatamente uma caixa-de-ar que melhora o isolamento sonoro e térmico do espaço, mas também cria um espaço para colocação de isolamento específico, como lã de rocha.

Por último queremos referir o potencial dos rebaixamentos do tecto para criar diferenciações no espaço, dividindo sem separar. Por exemplo fazer um tecto rebaixado na cozinha de um open space vai fazer realçar a separação entre os dois ambientes de maneira subtil, ao mesmo tempo que permite a criação de iluminação específica para essa área, como pode ver a imagem seguinte.

Só há uma situação em que não deve pensar em rebaixar o tecto:—quando o pé-direito da divisão é baixo! 

O pé-direito é a distância (vertical) medida entre o pavimento (chão) e a parte inferior do tecto, ou do forro do tecto (tecto falso). Segundo o Regulamento Geral das Edificações Urbanas, o pé-direito livre mínimo não pode ser inferior a 2,40 m para garantir as condições de habitabilidade na generalidade dos compartimentos, e a 2,20m em vestíbulos, corredores, instalações sanitárias, despensas e arrecadações. Se o pé direito original de sua casa se aproximar destes valores esqueça rebaixamento do tecto!

Neste caso, por muitas vantagens que a construção de um tecto falso pudesse ter, o simples facto de encurtar um pé-direito já de si baixo vai tornar a divisão mais claustrofóbica, logo muito menos confortável. Lembre-se que rebaixar o tecto vai roubar cerca de 20 cm ao pé-direito do compartimento e que isso pode ser uma escolha desastrosa, mesmo que seja apenas numa secção do compartimento!

Há vários materiais que podem ser usados para rebaixar o tecto, mas sem dúvida que o mais usado actualmente é o pladur. O tipo de pladur utilizado vai ser determinado pelo local da instalação:—as placas cor-de-rosa são ignífugas e são excelentes para usar em zonas de lareiras e fogões;—as placas verdes são resistentes à humudade, sendo muito utilizadas em casas de banho, cozinhas e lavandarias;—as placas brancas são multifuncionais, de utilização generalista.

A madeira natural ainda é muito utilizada, e é o material mais nobre e mais antigo usado para esta finalidade. A madeira cria ambientes mágicos, com um carisma rústico encantador, no entanto pode ser muito cara. Muitas vezes o efeito de madeira é dado por ripas finas aplicadas com cola sobre o pladur.

O PVC torna-se uma escolha muito atraente para projectos comerciais pela sua grande resistência e imensas potencialidades de cores e designs, O PVC pode também ser utilizado em áreas mais exigentes, com humidade elevada.

O rebaixamento também pode ser feito com placas de poliestireno, um material muito versátil e leve, que confere ao espaço óptimas características de isolamento térmico a um preço muito atractivo. 

A fibra de vidro é outra opção que proporciona um bom isolamento, mas cujas placas espessas podem tornar a caixa-de-ar mais pequena, rebaixando demais um tecto com pé-direito pouco generoso.

Por último também é importante referir que também se pode rebaixar um tecto com cimento e com placas de escaiola, embora sejam alternativas mais caras, mais difíceis de instalar e menos fáceis de consertar quando necessário.

Fazer um rebaixamento do tecto não é uma tarefa complicada, mas pode não ser para todos! É um trabalho algo exigente, que requer algum jeito para a bricolagem e sobretudo experiência. Se não tem uma coisa nem outra, o nosso conselho é que contrate um profissional.

Para que saiba com o que pode contar descrevemos aqui sumariamente o processo de construção de um tecto rebaixado usando pladur, o material mais comum actualmente.

Vai precisar de:

- Encaixes (ângulos de parede, calhas centrais e T’s de encaixe);

- Placa de tecto no pladur escolhido;

- Parafusos específicos (encontrar nas loja fornecedoras dos materiais), camarões e buchas metálicas, 

- Uma aparafusadora; 

- Cabo de aço, martelo, esquadro, lápis e fita métrica, alicate, nível de bolha e fio-de-prumo.

A preparação:

- Meça a altura a que irá ficar o rebaixamento, sabendo que deverá deixar no mínimo 20 cm a partir da placa.

- Faça um esboço do aspecto que pretende para o compartimento para determinar o número de calhas de que vai precisa, e qual a sua localização no espaço. 

- Faça medições rigorosas e as marcações adequadas para estabelecer a orientação de todo o processo de instalação do tecto rebaixado.

A instalação das calhas:

- Procure eventuais desníveis na superfície da placa com o nível de bolha para perceber como deve colocar as calhas, os ângulos e as inclinações. 

- Fixe os ângulos de parede à volta da divisão onde pretende aplicar o rebaixamento do tecto, construindo assim a base para a correcta aplicação das placas.  

- Marque os locais onde serão fixadas as calhas centrais tendo em conta o formato das placas para conseguir uma boa simetria na aplicação das laterais.  

- Corte as placas à medida;

- Certifique-se de que as calhas centrais têm zonas de suporte para atravessar a divisão e garantir rigidez e estabilidade, permitindo o encaixe das placas sem desníveis. Esse trabalho passa por instalar camarões ou buchas metálicas no tecto onde se fixará um arame para prender as calhas centrais da estrutura de tecto falso. 

- Proceda ao encaixe dos T’s, verificando se todos têm as medidas correctas para evitar ajustes posteriores. A melhor forma de o consegui é construir uma boa esquadria na colocação das calhas e T’s de ligação.

A instalação das placas:

- Ajuste as placas de pladur encaixando-as cuidadosamente para que se mantenham no local, bem ajustadas e fixadas. Assim consegue minorar as fugas térmicas e acústicas.

- Se for necessário corte as placas à medida.

- Faça os acabamentos e instale os acessórios necessários (focos, iluminação embutida, plantas verdes etc.).

Fazer tectos rebaixados é apenas uma das potencialidades do pladur. Quer saber o que este material pode fazer pelas suas paredes? Então não perca o artigo ’Parede de pladur: todas as informações, vantagens e desvantagens!’